É necessário paciência para lidar com os pequenos nesses momentos – afinal, eles se sentem tão ou mais amedrontados que nós, quando éramos crianças, diante de algumas figuras ou situações. E tudo começa ainda nos primeiros meses de vida, sabia?
Para aprender como lidar com o filhote diante dos medos, é interessante conhecer quais são os temores mais comuns durante cada fase da infância. Vale lembrar que esse sentimento faz parte do desenvolvimento infantil e que é preciso que os pais ajudem a criança a superá-lo. Confira abaixo os principais medos e como oferecer suporte para o filhote diante dessas situações.
0 a 2 anos
Ainda nos primeiros meses de vida, alguns bebês se desesperam diante de estímulos intensos, como barulhos inesperados ou luzes muito fortes. O fato de um objeto pesado cair nas proximidades pode ser motivo para o maior chororô. Isso também pode acontecer com aparelhos ligados, como secadores de cabelo, liquidificadores e aspiradores de pó. Se perceber que seu pequenino se assusta, mantenha-o longe quando for ligá-los (e, pouco a pouco, mostre a origem do som a ele, para que vá se acostumando sem susto!).
Entre o sexto e o nono meses de vida (fase em que o bebê começa a distinguir a mãe como uma pessoa separada dele) o maior medo do pequeno é a ausência materna. Mesmo que você saia de perto por pouco tempo, pode ouvi-lo chorar e reclamar, pois, para ele, quando alguém some do seu campo de visão, é porque deixa de existir. É bacana, a partir do sétimo mês, brincar de esconde-esconde (pode usar uma toalha mesmo, só para cobrir e descobrir o rosto rapidamente), para que ele perceba que não é porque você sumiu que não irá voltar.
Pessoas fantasiadas e com máscaras também podem assustar por volta dos dois anos (por isso algumas crianças nessa fase não veem graça alguma nos palhaços, ou em personagens de parques temáticos). Ofereça colo e esteja sempre junto do filhote quando ele se encontrar com alguém vestido assim, e mostre que tudo não passa de uma roupa diferente.
2 a 4 anos
Quase aos dois anos, surge o medo do escuro e, mais uma vez, de ficar sozinho. Monstros e fantasmas também passam a fazer parte da imaginação dos pequenos nesse momento. E daí vêm as lutas para dormir! Quando isso acontece, não hesite em oferecer suporte ao filhote: deixá-lo passar a noite com alguma luz acesa (pode ser um abajur ou uma luzinha de tomada) ou permitir que ele durma um pouco com os pais (se para vocês a cama compartilhada for uma opção) são algumas alternativas para ajudá-lo a superar esses temores.
Também é bacana fazer brincadeiras no escuro ou penumbra (com sombras ou lanterna), para que a criança não associe a escuridão com coisas ruins. O mesmo acontece com o medo de chuva e trovão, comum a partir dos três anos. Brinque e mantenha a rotina com o filhote normalmente enquanto chove lá fora, e procure não demonstrar susto caso a chuva aperte ou “estoure” um trovão estrondoso.
Mais um cuidado muito importante é não banalizar e tirar sarro do medo. Se seu filho não quer dormir porque insiste que tem um monstro dentro do guarda-roupa, abra o armário e mostre a ele que não tem nada (mas, que, se ele se sentir mais seguro, papai e mamãe darão umas boas vassouradas lá dentro para que ele não apareça durante a madrugada). Isso é necessário para que a criança se acostume, desde cedo, a confiar nos pais e a se sentir segura quando quiser contar seus sentimentos, inclusive quando estiver com medo. Muitos psicólogos acreditam, inclusive, que essa atitude pode até evitar problemas futuros.
4 a 6 anos
O medo de se perder ou então de ser esquecido em algum lugar (como na escola ou no supermercado) são comuns nessa fase. Para que o pequeno se sinta mais seguro, ensine-o a pedir ajuda e faça com que ele decore o nome completo e o telefone de casa, caso seja realmente necessário solicitar socorro a alguém (é até uma medida real de segurança, pois, infelizmente, nunca sabemos o que pode acontecer!).
Bandidos, vilões de filmes e histórias e a morte dos pais são mais alguns temores que podem acometer as crianças próximas aos seis anos. Acalme o filhote explicando que é sempre importante que ele se mantenha perto de adultos conhecidos para ficar afastado dos perigos. E quanto à morte, caso o pequeno questione, explique de maneira delicada como o processo acontece.
Medo é de cada um
Algumas experiências particulares da vida da criança também podem fazer com que ela sinta medo de determinadas situações, independentemente da idade em que estiver. Em todos os casos, a dica é sempre a mesma: não banalize esse sentimento e ofereça segurança, sendo realista.
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